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Horário de verão pode aliviar crise elétrica? Veja o que dizem especialistas
Especialistas afirmam que o retorno do horário de verão pode aliviar a crise elétrica no país. No último mês, o presidente da ANEEL anunciou um reajuste de 20% na bandeira vermelha de energia. Além disso, estima-se uma alta de 5% nas contas de luz para o próximo ano.
Frischtak, sócio da InterB, afirma que o fim do horário de verão contribuiu para a crise hídrica no Brasil e consequentemente para a crise elétrica. Afinal, as hidrelétricas são as principais fontes de energia do país.
A prática adotada pelo Brasil a partir do verão de 1931/32, foi suspensa em 2019. Na época, a decisão tomada pelo presidente Jair Bolsonaro ganhou bastante visibilidade nas redes sociais e não foi bem aceita. Apesar disso, o presidente afirmou que segundo o ministro Bento Albuquerque, a prática tinha pouca efetividade.
Vantagens do horário de verão
Sabe-se que a ideia central do horário de verão é aproveitar a iluminação natural de dias mais longos para a economia de energia. Diversos países do mundo adotam essa prática com o intuito de aumentar a segurança do sistema elétrico interligado, pois evita sobrecargas.
No Brasil, a prática foi bastante útil para a economia de energia por muitos anos. Apesar disso, segundo dados do Ministério de Minas e Energia e do ONS, entre os anos de 2013 e 2018 essa economia de energia ocasionada pela prática diminuiu de R$ 405 milhões para R$ 140 milhões.
Desta forma, em 2019, o presidente da república extinguiu o horário de verão, afirmando que a prática já não era mais viável. A justificativa utilizada pelo líder do executivo, era de que a luz que não era acesa entre as 18h e às 20h havia sido substituída pela população pelo uso do ar condicionado.
Apesar disso, segundo Luiz Eduardo Barata, ex-diretor do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o fim do horário de verão acabou extinguindo até mesmo esse pequeno ganho que existia. Ou seja, apesar do horário de verão já não economizar tanta energia como ocorria anos atrás, ainda se economizava um pouco.
A participação da população
Frischtak, sócio da InterB, ainda pontuou que um dos problemas para a redução da eficiência do horário de verão é a queda de engajamento dos brasileiros. “No racionamento de 2001, o público foi sensibilizado e educado para consumir menos energia, mas essas campanhas foram deixadas de lado. A eficácia do horário de verão também se reduziu por conta disso”, disse ele.
Ademais, Frischtak pontuou que além do fim do horário de verão, o desmatamento da Amazônia também é uma das principais causas da escassez de água nos reservatórios do centro-sudeste. Desta forma, ocorre grande impacto na agricultura, saneamento básico e também na oferta de água e energia no Brasil.
Por fim, além das vantagens do horário de verão para amenizar a crise elétrica que o país vem enfrentando, associações empresariais pedem o retorno da prática. Segundo o ofício entregue ao governo Bolsonaro, representantes das áreas de gastronomia, lazer e entretenimento afirmam que o horário de verão deve favorecer os negócios.
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