
O aumento nos casos de gripe e outras doenças respiratórias em todo o país — cenário que já levou cidades como Divinópolis (MG) a decretar estado de emergência em saúde pública devido à superlotação hospitalar — trouxe uma nova preocupação para as autoridades: o avanço da gripe aviária.
Pela primeira vez, um foco do vírus foi confirmado em uma granja comercial no Brasil, sinalizando uma mudança preocupante no perfil da doença, que até então se limitava a aves silvestres e criações de subsistência. A detecção ocorreu em Montenegro (RS), em uma granja de matrizes de aves comerciais, e levou à suspensão imediata das exportações de carne de frango para a China, além da abertura de investigações em outras regiões do país.
Além do caso confirmado, há outras suspeitas em análise em granjas comerciais e propriedades rurais, o que pode ampliar o número de ocorrências e impactar ainda mais a avicultura nacional. Em resposta à situação, o Governo de Minas Gerais realizou uma reunião emergencial no último sábado (17) e determinou o descarte de aproximadamente 450 toneladas de ovos férteis da granja onde o foco foi identificado. A medida integra o plano de contingência estadual e busca garantir o controle sanitário, protegendo a cadeia produtiva avícola mineira — a segunda maior do país.
O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) também intensificou ações de rastreamento e vigilância em propriedades avícolas e mantém diálogo constante com autoridades sanitárias do Brasil e do exterior, a fim de monitorar a situação e prevenir novos focos.
— Mais de 8 mil ações de educação sanitária foram realizadas em estabelecimentos com aves em Minas Gerais apenas em 2024 — informou o governo estadual. A influenza aviária, ou gripe aviária, é uma infecção viral altamente contagiosa que atinge principalmente aves, sobretudo as criadas comercialmente. Em suas formas mais severas, conhecidas como de alta patogenicidade (IAAP), a doença causa alta mortalidade entre os animais e grandes prejuízos econômicos para o setor.
Embora o contágio para humanos seja raro e geralmente ocorra apenas por contato direto com aves infectadas, surtos em granjas comerciais exigem respostas rápidas das autoridades sanitárias, visando conter a disseminação do vírus e preservar a segurança alimentar e o comércio de produtos avícolas. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou o caso no Rio Grande do Sul na última quinta-feira (15) e, com base no Plano Nacional de Contingência, iniciou medidas para contenção e erradicação do foco.
Até esta segunda-feira (19), dois novos casos suspeitos estavam sob investigação em granjas comerciais de Aguiarnópolis (TO) e Ipumirim (SC). Se confirmados, o Brasil passará a ter três focos em sistemas de produção comercial.
O Mapa também acompanha investigações em criações de subsistência em municípios como Triunfo (RS), Nova Brasilândia (MT), Gracho Cardoso (SE) e Salitre (CE). Apesar de não afetarem diretamente as exportações, esses casos reforçam a necessidade de vigilância constante no país.
Desde o início do surto, já foram confirmados focos de IAAP em aves silvestres, domésticas e comerciais, e o monitoramento segue intensificado para conter o avanço do vírus, proteger a saúde pública e garantir a estabilidade da avicultura brasileira.
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