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Auxílio Emergencial injetou recursos importantes na economia

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A partir da pandemia da Covid-19, os números de brasileiros com fome e em situação de vulnerabilidade cresceram. Nesse sentido, programas assistenciais como Auxílio Emergencial e o Bolsa Família, por exemplo, se mostraram fundamentais tanto no sentido social, quanto econômico.

Além disso, a necessidade de distanciamento e isolamento para que a disseminação do vírus não se intensificasse influenciou e ainda influencia diretamente no fluxo de muitas rendas. Portanto, incentivos governamentais puderam trazer certo alívio para muitas famílias.

Assim, programas como o vale gás ou os valores para profissionais do setor cultural em razão da Lei Aldir Blanc foram grandes diferenciais na vida de muitos.

Nesse sentido, inclusive, uma pesquisa da PUC já demonstrou que, sem o Auxílio Emergencial a queda do PIB (Produto Interno Bruto) seria de duas a três vezes pior em 2020. Desse modo, é possível verificar que essas medidas auxiliam na recuperação da economia e da população nesse período.

A população brasileira sofreu com diminuição do poder de compra

Segundo estudos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a proporção entre o valor do salário mínimo atual e o preço da cesta básica no mês de julho foi de 58%. Isto é, para ter acesso a uma cesta básica, o brasileiro precisar desembolsar de mais da metade do valor que recebe em um mês de trabalho. 

Assim, outros gastos como transporte, aluguel, saúde, dentre outros, podem ficar prejudicados. Além disso, de acordo com o órgão, os índices começaram a subir em outubro do ano passado. Na ocasião, atingiu já em dezembro a margem de 60%, maior valor percentual nos últimos 13 anos.

Esses dados demonstram, então, que outras medidas governamentais como a doação de cestas básicas ou cartões para a alimentação seriam de grande ajuda à população. Dentre estes, então, o SC Mais Renda, Supera RJ e o Bolsa Povo, por exemplo, dá segurança aos cidadãos, ao mesmo tempo que possibilita a movimentação da economia.

Ademais, políticas públicas de pleno emprego, a fim de aumentar as ofertas de trabalho, em conjunto de garantias trabalhistas, são chave para fortalecer o povo.

Inflação continua a crescer

Indo adiante, também, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), valor oficial da inflação no país, chegou a 0,96% durante o mês de julho, após ter registrado 0,53% no mês anterior. Assim, a variação foi a maior já registrada desde julho de 2002.

Além do gás de cozinha e alimentação em geral, diversos outros produtos também sofreram alta, como os combustíveis e o valor da conta de luz. Desse modo, nos últimos 12 meses, a inflação no Brasil alcançou o índice de 8,99%. 

Ademais, de acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 12 meses, o arroz teve alta de 39,69%, a carne vermelha, de 34,38% e o feijão preto, de 19,13%. Isto é, produtos básicos da alimentação brasileira. 

É por esse motivo, portanto, que a baixa do valor do Auxílio Emergencial em 2021 sofreu críticas. Este, por sua vez, teve o seu valor diminuído, passando a variar entre R$ 150 e R$ 375, de acordo com a composição de cada grupo familiar. Além disso, entre janeiro e março do presente ano, a população não teve acesso ao benefício.

Então, com a ajuda financeira menor, a ausência de postos de trabalho e o aumento da inflação, a diminuição do poder de compra da população foi inevitável. A prorrogação do Auxílio Emergencial, em conjunto com a ampliação do Bolsa Família, se mostram como medidas que podem ajudar a minimizar estes efeitos.

Cidadãos precisam recorrer a uma alimentação barata

Devido todo o cenário, parte da população do país se viu obrigada a recorrer a alimentos pouco comercializados. Dentre eles, por exemplo, estão fragmentos de arroz, feijão e até mesmo ossos de sobras de carne. 

Os fragmentos de arroz são grãos que foram quebrados durante o processamento, sendo estes separados dos demais devido à baixa qualidade do produto. Além disso, por sua aparência, o preço de mercado se apresenta até 12% mais barato em comparação com o arroz branco.

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, apesar do produto ser amplamente utilizado para a alimentação de animais, eles possuem autorização para o consumo humano, já que possuem os mesmo nutrientes do grão íntegro.

Economista britânico indica que Auxílio Emergencial foi muito positivo

Dentre os efeitos positivos que o Auxílio Emergencial criou está a manutenção do mínimo de consumo para os brasileiros. Assim, segundo o economista britânico Guy Standing, o programa “foi umas das poucas coisas sensatas do atual Governo Federal”. Além disso, de acordo com Standing, o benefício deveria ser tornar uma política permanente no Brasil, mesmo tendo um valor baixo. 

O economista frequentemente possui o seu nome vinculado à expressão “precariado”. A expressão, portanto, significa a união das palavras proletariado e precário. Assim, se refere às relações distintas que a classe global possui com o trabalho e o Estado.

Empresas da classe C sofrem com os impactos da pandemia

Os últimos anos da empresa varejista Colombo, conhecida pela venda de ternos e roupas casuais para a classe C, não vem sendo fáceis. Após a instauração da crise socioeconômica e sanitária, a empresa sofreu com a queda de 50% de seu faturamento total em 2020. Isto se deu devido às necessidades de distanciamento social. Das 434 lojas da franquia distribuídas em todo território nacional, restaram 117. Após todos os problemas financeiros, a companhia entrou com um pedido de recuperação judicial durante o ano passado.  

Segundo um estudo efetuado pela Bain & Company, as classes sociais mais baixas foram as que mais sentiram os impactos causados pela pandemia, mesmo após a criação do Auxílio Emergencial, que injetou quase R$ 300 bilhões no setor econômico. 

Gastos desnecessários não são tão facilmente encontrados quanto antes. Nesse sentido, cerca de 52% da população não consegue economizar dinheiro. Assim, estes utilizam grande parte de seus recursos para o pagamento de contas e na aquisição de produtos básicos. Somente 13% da população brasileira ainda consegue reservar alguma quantia em dinheiro.  

“A população de menor poder aquisitivo ainda está reticente para consumir porque não sabe se vai conseguir manter a renda que tem e o fim do auxílio emergencial pode atrapalhar”, relata Federico Eisner, sócio da Bain & Company.

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