Brasil
Acusado de pirâmide financeira é preso, prejuízo estimado em R$ 17 milhões

No âmbito de uma investigação de fraudes financeiras, a Polícia Civil prendeu preventivamente, na tarde de quarta-feira (12), em um shopping da zona sul de Belo Horizonte, um homem de 28 anos suspeito de aplicar golpes estimados em R$ 17 milhões até o momento. As apurações indicam para um golpe da pirâmide financeira, com promessa de altos lucros em diversos tipos de investimento, e que o acusado também se passaria por facilitador de obtenção de créditos no mercado para potenciais clientes.
De acordo com a Polícia Civil, 35 vítimas já foram identificadas em diferentes estados e do exterior. O trabalho investigativo é conduzido pelo Departamento Estadual de Combate à Corrupção e a Fraudes, por meio da 3ª Delegacia Especializada em Investigação de Fraudes. Conforme o delegado responsável, Marlon Pacheco, os levantamentos começaram há cerca de cinco meses e reúnem no procedimento outras investigações que já tinham como alvo o mesmo suspeito preso.
A fim de conquistar a confiança dos investidores, o delegado informa o modo de agir do investigado, típico nesse tipo de caso: “exposição em rede social, apresentação de objetos e veículos de luxo, festas caras, tudo no sentido de demonstrar um padrão de vida muito superior ao real”.
Pacheco acrescenta que a prisão preventiva do investigado foi deferida pela Justiça considerando o risco de prejuízo às investigações e ameaças aos clientes lesados, de forma a desestimulá-los a procurar a polícia.
“Nas mensagens encaminhadas às vítimas, ele se dizia uma pessoa com amplo acesso à polícia e à Justiça, capaz de influenciar as investigações e que não dariam em nada, que inclusive teria almoçado com os investigadores e o delegado, dos quais seria muito amigo. E isso tudo foi produzido por meio de mensagens encaminhadas dos celulares dele”, revela Pacheco, ao informar que dois aparelhos foram apreendidos.
Ainda no que diz respeito às intimidações, o delegado acrescenta que foram solicitados, no curso do inquérito policial, a suspensão do registro de arma de fogo e o recolhimento da arma do investigado.
“Isso porque nós temos ameaças com envio de fotografias dessa arma. A pessoa se apresentava como atirador e dizia que também teria vasta experiência no uso de armamento”.
O chefe da Divisão Especializada de Combate à Corrupção, Investigação a Fraudes e Crimes Contra a Ordem Tributária, Eric Brandão, chama a atenção da população para os riscos em investimentos que prometem alta lucratividade como indicativo de golpe. No caso em investigação, a PCMG identificou vítimas de estados como Minas Gerais e São Paulo, além dos Estados Unidos, mas, de acordo com Marlon Pacheco, o número de pessoas lesadas pode chegar a centenas, com prejuízos de cifras ainda incalculáveis.
As investigações prosseguem para apuração completa dos fatos e identificação de eventual participação de outros envolvidos no esquema.
